Queria Dante explicar o inferno dentro de todos nós?
Alcançar o que nos é divino,
Ironicamente divino.
Uma comédia divina.
Ah! as grandezas aspiradas,
Surreal!
Mundo de minha mente.
Tudo me afasta,
Tudo isso acontece e tudo foge.
O mundo de repente desliza,
Desenquadra.
Vejo os pequenos fragmentos caindo
E minha consciência surgindo.
Sou livre!
Livre para ser o que eu sou.
Livre por Deus!
Mas o que há nessa liberdade?
Tamanha serpente que me consome e me envenena.
Minha prisão real!
Ou seria minha fuga desumana?
Ah! a ilusão!
Ah! consigo ver o fogo do Inferno!
Consigo ver todos anjos decaídos pelo sangue!
Consigo ver tudo.
Um sonho.
Um mar de mortos e almas imortais.
Um vigilante carcereiro.
Ah! doce e fugaz vinho amargo dos mais belos campos,
A noite resbala o simbolo da glória de todos nossos santos
E o que há para nós?
Como posso viver nesse mundo de ambição e terror,
Suspenso pelo meu desejo de transgredir as leis da realidade pura?
Alcançar o céu, te leva ao abismo de vossa alma!
O que é preciso ser?
Santo? Padre? Casto?
O que é preciso pra se ter toda essa glória?
Ah! os que almejam não alcançam essa é a verdade!
Gostaria de poder descrever o que vejo,
Mas sinto que não trata-se de suficientes palavras.
O que o céu ou o inferno são realmente?
Olhe para os lados, olhe para seu irmão,
Para seu filho, para seu colega universitário.
Olhe para o rebento bastardo.
Olhe para o líder de sua congregação.
Ah! se tu não enxergas!
Não consegues enxergar?
Nao consegue perceber?
Sentir os sinos angelicais
E as sinfonias das profundezas cadavéricas de vossa fétida alma?
Esta tudo em ti!
Esta tudo em nós!
Está!
Simplesmente.
Equivocado pois me chamas?
Ah! estais muito longe de conhecer aquilo que todos nós procuramos.
E o que há de procurar?
O que há de se achar?
Desconheço as respostas.
Mas conheço simplesmente todos os que um dia tentaram.
E o que há pra se aprender com eles?
Tu és e tu serás.
Mas nunca serás o que és!
Apenas talvez,
Surreal...
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