Não sei ao certo de onde ele vem.
Procuro os pedaços de algo pelo escuro do meu quarto.
Um fio de luz atravessa a cortina e me cega momentaneamente.
Não me encontro mais em meu quarto.
Algo se quebrou e estou num lugar estranho.
As pessoas passam sem me reconhecer.
Me vejo num corpo estranho, com o qual sigo perdido,
Não sei usá-lo.
Percebo que estou sangrando.
Procuro uma ferida qualquer e não acho.
Desisto de procurar. Deixo a dor me anestesiar.
Retorno ao quarto da penumbra cinzenta.
Retorno ao quarto da penumbra cinzenta.
Direciono-me à janela, mas quanto mais perto pareço estar
Mais se afasta o meu destino.
Corro como quem houve o som de um disparo de corrida,
Não posso perder.
Não mais.
A luz continua inatingivel, e por um momento me falha a esperança.
Escorrego e caio pela janela.
Um momento de silencio,
O mundo como um eterno borrão
O mundo como um eterno borrão
E o som de algo se quebrando.
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