quarta-feira, 25 de maio de 2016

Afogado

O terror continua. Depois de 1 mes, me perco ainda na estrada. A luz ainda me parece escura. O sol brilha no céu, mas não esquenta. Os pingos de chuva não parecem molhar. E o frio, parece constante. Confundo o inverno com minha alma e coração. A cada amanhecer, um gosto amargo na boca que nem os deuses conseguem tirar. Aquela sensação de fracasso. De que, há muito, o tempo anda zombando de ti. Afundo nisso tudo e me deixo levar pela correnteza. Olhos por todos os lados não parecem me enxergar. Os gritos abafados parecem morrer logo ao sair de meus pulmões, dando lugar às cinzas e fumaça e agua salgada. Mas bebo como se nao tivesse volta. Como se tudo que eu precisasse fosse um final. Uma destruição pequena. Uma destruição grande. Os fantasmas já estão cansados de assombrar. Não tenho mais animo pra sentir medo. Só me deixo levar por essa nova onda. Compactuo com o diabo pela alegria de um sorriso. Deixo a luz aos poucos desaparecer. Só um pouco. Só o suficiente pra me deixar cair nesse pesadelo de sempre. Esse ciclo vicioso de intento e descontento. Queria que tudo fosse certo, mas nada o é. Quero fugir, sumir. Não aguento mais esse cenário, essa escuridão, essa luz. Só há isso no mundo? Esse eterno impasse entre ser e não ser. Mudar. Melhorar. Estou exausto de lutar. Exausto. Afogado com meu proprio sangue.

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