Corre depressa e despercebido, mas quando notado parece estar sempre lá. Começa a desacelerar e aos poucos parece uma infinidade até o proximo instante. Começo a querer que o tempo corra, mas ele pesa cada vez mais em minhas costas. Quando está de bom humor, quase não noto. Quando acordou do lado errado, da um aperto no coração. A alma parece querer fugir. Um sentimento de claustrofobia temporal. Como se o tempo fosse apertado demais. Sem ar. Sufocado. Sei que tenho que esperar. Sei que aos poucos as mudanças acontecem. Que os pequenos avanços são a chave. Ter fé é o ato de abandonar o tempo. Porque para ter fé, é preciso que ela resista e persista e não se desfaça. É ousado comprar essa briga. O tempo vive a derrubar a esperança com extrema facilidade. Parece que basta um segundo errado. Um segundo nunca esquecido. Um segundo que te assombra. E a esperança perde todas as forças. Vive com medo do tempo. Do segundo que chegará e abalará toda sua fundação. Acorda e dorme todos os dias assustado, com medo de que sua fé seja abalada. A fé deve ser tão cega, que nem segundo passará a ser notado. Nem tempo. Nem eternidade. Essa esperança, pra sobreviver deve ter a coragem de ir contra o tempo. E o tempo é sagaz e não se importa de esperar. As vezes parece uma tortura. As vezes parece não valer a pena. Uma perda de tempo.
Mas o que mais posso fazer com meu tempo? Se não me afundar nessa esperança?
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