quinta-feira, 25 de março de 2010

Memórias Falsas

Aula de Historia da Arte, de repente a professora começa a contar sobre memórias falsas. Segundo ela, nossas algumas de nossas memórias, principalmente após traumas, geralmente são esquecidas, apagadas do nosso cérebro, são normais , os famosos brancos ou simplesmente o fato de ninguém se lembrar direito da infância em si, somente alguns retalhos. Até então tudo bem, até que ela comenta sobre alguns tipos de memória que são substituídas em nossa mente.
Isso realmente me fez refletir. Memórias falsas, memórias substituídas.
Ela contou algumas historias sobre parentes dela que sofreram isso, e eu realmente achei interessante. Imagine só, memórias que você tem simplesmente não aconteceram. Ou aconteceram de outra forma. Certas coisas que nós nos lembramos podem ser completas mentiras.
Enquanto conversava com a Camila ela me falou que já teve uma amiga que passou por isso, que ficou tempos sem falar com ela e, quando se reencontraram a amiga dela disse que as duas tinham brigado feio (de porrada mesmo), e que não se falavam mais. Só que a Camila não se lembrava disso, nem a mãe dela nem nada. Segundo a Camila ela tinha se enganado. Talvez ela tenha substituido a memória dela com uma memória falsa de uma briga. Ou talvez a propria camila tenha sentido culpa pela briga e se esqueceu inconscientemente.
Como saber o que é real? Não se pode mais confiar nem na própria memória, as nossas certezas se esvaem cada vez mais pelos nossos dedos, nos deixando pairando no mar da duvida. O que realmente aconteceu. Que tipo de coisas estamos esquecendo? Todo dia, todo ano, esquecemos alguma coisa talvez? O que será que eu esqueci ano passado? O que será que está perdido dentro do meu cérebro? Será possível recuperar tudo isso? Ou será que memórias falsas virão.
Talvez alguns digam que não vale a pena se preocupar tanto. Afinal sabemos o que podemos saber e nada além. Se nosso próprio cérebro fez questão de esquecer, quem sou eu pra duvidar dele? Ou talvez nunca teremos a certeza e simplesmente teremos que aceitar que somos o que podemos ser.
O velho paradoxo do Viver uma vida com mentiras porém "feliz" (lê-se despreocupado) ou viver uma vida buscando uma verdade que talvez seja inalcançavel e "triste" (lê-se agoniado por não achar respostas)
Eu particularmente não consigo parar de cogitar, pensar. Já se tornou automático a minha mente, duvidar de tudo, até da minha própria duvida.
O que me recorda de uma breve citação que eu assisti no seriado House
A Thirteen fala pro House
" You spend your whole life.. looking for answers. Because you think the next answer would change something, maybe make you a little less miserable. And you know that when you run out questions you don't just run out of answers... you run out of hope."
Que basicamente resume grande parte de mim
Talvez nunca saibamos o que há por traz disso tudo, mas não custa tentar achar as respostas

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