domingo, 13 de novembro de 2016
O Temporal
Vem sem avisar. Permanece enquanto pode e te encharca. Por dentro e por fora, Te afoga com um gosto amargo de cigarro. Te leva ao extase e depois desaparece como uma chuva de verao. Vira teu mundo de cabeça pra baixo e eu começo a me perguntar se nao era assim que deveria ser. Os quadros voando com cheiro de suor, ainda me deixam confusos. Canso de pensar. Me deixo levar pela onda abstrata. O mundo nunca teve sentido mesmo, pra que tentar achar razão. Não importa o que está certo agora, o que me importa é que nunca me senti tão vivo. Tão em paz. Mas são algumas horas de sonho. Algumas horas de sono. Estou acordado? A dor que sinto se mistura com um prazer intenso. Como quem se embebeda antes de grande batalha. E a batalha nunca chega. A sensação de preso numa armadilha que a qualquer hora pode trazer tudo a perder. A corda bamba do destino. A roleta russa onde todos perdem. O temporal que vem como uma lufada de ar quente e desaparece com um frio da solidão noturna. Mas o que me trouxe isso de bom? Ainda é dificil dizer. Só sinto que não sou o mesmo. Só sinto que cada vez que ela passa. Meu coração para de bater por 5 segundos. E quando vejo não sou mais o mesmo. Não sou eu. Sou algo novo. Algo inominável. Algo que gosto de ser. Então continue. Até nao poder mais. Até tudo acabar. E que o fim seja só o início de mais uma nova tempestade de verão.
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