sábado, 24 de abril de 2010

Post 77 ou Teatro dos Vampiros

Há muito tempo que esse blog começou
É quase um orgulho ver o quanto eu cresci nesse meio tempo
Desde a metade de 2008 até hoje
Minhas experiências de vida se tornaram mais complexas
Mais originais,
Um pouco mais fortes, e eu deixei certos vícios que eu tinha anteriormente
Hoje em dia consigo me policiar, me socializar e observar melhor o mundo ao meu redor
Claro, nem tudo foi um mar de rosas,
Meu desespero vive tomando conta de mim
Mas não é só essa melancolia presente nesse blog que faz parte de mim
Eu escrevo aqui para dar vazão a uma infinitude de pensamentos,
Uma dor no fundo do meu coração, um pensamento que não sai da cabeça
Eu escolho aqui para transformar em palavras essa dor.
Talvez eu devesse começar a transformar as alegrias também,
Ou talvez eu simplesmente queira manter as alegrias dentro de mim
Eu penso que, se eu escrever tudo o que sinto e penso, mesmo que não faça sentido pra ninguém
Eu posso ler algum dia e me entender.
Eu cresci, eu mudei e me sinto mais forte
Mais forte para fazer uma confissão
Mais forte para tentar entender a minha parte mais assustadora
Algo que um dia eu chamei de passado obscuro
Eu não espero que me entendam,
Porque novamente
É pra mim,
Então
Como todos os dias eu me vejo
Olhando no espelho e penso
Que se eu realmente existisse em um outro lugar, ao contrario, o contrario de mim, seria como
Seria diferente
Eu sou diferente
Eu não sei se quero ser diferente
Eu não sei o que sou,
Eu me vejo refletindo e de repente tudo que existe em mim está ali
E ao mesmo tempo essa imagem
Desaparece, de pouco em pouco
Vai ficando turvo,
Como uma vela prestes a se apagar
E eu não vejo mais a mim mesmo
Eu não sei mais se quando eu me ver de novo
Se eu vou me reconhecer
Eu esqueci quem eu sou, quem eu fui
Melhor, nunca soube
Talvez nunca saberei
O que é a realidade
Cansei de procurar sentido naquilo que eu sinto
Naquilo que eu quero
Não tenho mais a certeza do que realmente é a minha realidade
Uma confusão, escarlate, brota no meu peito
E vai intoxicando, irradiando, infectando
Cada parte de meu ser
Se eu tentar explicar, essa explicação se esvai
Eu não sei porque ao olhar pela janela do meu quarto
E ver as pessoas andando pela rua, vivendo suas vidas, tendo suas experiências
Me pergunto
O que elas sentem?
Eu queria saber o que sentir, como sentir, como me comportar
Queria sentir que preciso ser algo e que esse algo faça algum sentido
Mas não
Não existe
Me sinto livre
Me sinto vagando num espaço infinito
Sem nenhum chão firme no qual construir meu castelo
Estou preso dentro da minha própria liberdade
Eu queria poder sentir que as coisas fazem sentido
Que eu deva ser de determinado jeito
Mas não
Eu sinto que posso ser o que quiser
Mas isso me sufoca
Porque eu não sei mais o que é sentir
O que é amar
O que é gostar de alguém
E me sufoca ver tamanho sentimento em outro lugar
E me sufoca sentir a expectativa de um sentimento aflorando, sem ter pra onde ir
Como uma torneira pingando no meio da noite
Incomoda, Desgasta, Desperdiça
Não, eu queria algo real
Mas o que é real
Eu quero algo que é quase uma ilusao no mundo
Mas procuro algo real
Por isso não me apego a ilusões
Não me deixo apegar a ilusões
Mesmo tentado pelo mundo,
Por isso me afasto
Por isso eu corro
Por isso eu grito
Grito que não sei mais de nada
Sobre mim, Sobre os outros ,sobre as coisas
E o que é que faz sentido
Como viver afinal
Como é que se diz eu te amo?
Como posso saber o que é a verdade
Se me sinto perdido,
Mascaras e mais mascaras perdidas
Eu perdi a copia da minha identidade pessoal
Talvez eu nunca tive uma identidade
Cada vez mais
Eu olho pro céu
E me imagino sentado
Na lua
A lua me fascina
Ela tem suas fases
Ela muda a cada tempo em tempo
Ou melhor
Ela não muda
Ela não existe
Ela não tem luz
Ela não produz luz própria
Ela simplesmente reflete
Ela reflete as luzes ao redor
Por isso é tão bela?
Mas achamos a lua bela por causa do brilho do sol
Cada vez mais me sinto apagado
Como se minha vida tivesse se eclipsado
E não passa mais
Não eu não sou melancólico de mais
Eu simplesmente sinto um vazio cancerigeno no meu peito que corrói
Eu queria saber o que foi que aconteceu
Eu queria que alguém pudesse me dar as respostas
Eu queria que alguém percebesse isso
Ser notado...
Não pelo meu brilho
Mas pelo que eu realmente sou
Mas
O que eu sou afinal?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Desespero

Queria poder entender
O porque das coisas serem como são
Porque eu sou assim
Porque cismo em tentar ser diferente
Ou até o porque de não ter coragem de tentar o que mais quero
Muitas vezes me sinto como um espectador
Assistindo as outras pessoas
Vivendo, Amando, Sorrindo
Enquanto pra mim o que me resta?
Não sou agente causador da minha vida
Me sinto passivo o suficiente para ficar parado
E esperar que a vida me leve
Eu gosto de pensar que um dia as coisas vão mudar
Que eu só preciso esperar
Que as coisas irão se equilibrar
E ao mesmo tempo sinto medo
O medo da expectativa
Do que acontecera quando eu for o agente central da minha propria vida
Quando as coisas dependerem só de mim
Quando as escolhas forem só minhas
O momento de agir... Só de pensar me da um aperto no coração
Como um jogador de futebol que há muito não joga e de repente se vê cara-a-cara com o goleiro
Mas o que eu quero afinal?
O que eu espero?
Não sei dizer, não sei sentir mais
Subitamente meu coração me da sinais de vida,
E eu passo a chorar
Sim, a chorar
Pelo tempo que passou
Pelas pessoas que passaram
Pelo mundo que passou
E pelo que eu ainda vou perder no mundo
A solidão é um caminho horrível
E eu não espero companhia
Talvez eu tenha me viciado no meu próprio sofrimento
Ou talvez simplesmente perdi a explicação de como viver a vida
É difícil
Quando você espera uma vida normal, você deseja uma vida normal
Mas algo sempre vem pra te lembrar que você não faz parte do mundo
"[...] Mas Blaise Meredith dormiria sozinho, com todos os mistérios do universo reduzido a um silogismo escolástico dentro de seu crânio. Quem estava certo - ele ou eles? Quem se aproximava mais da perfeição do desígnio divino? Havia apenas uma resposta. Eugênio Marotta tinha razão. Ele se afastara do convívio da familia humana."
Gostaria de ver sentido nas coisas,
E acreditar que nada é em vão
Que tudo tem um Desígnio
Eu apenas queria me sentir vivo
Mas parece que pra me sentir vivo preciso que os outros me vejam
Preciso ser reconhecido no mundo
Não sei ao certo até que ponto tenho razão
Mas talvez todos se sintam assim
Sozinhos, a espera, de algo ou alguém
Que nos faça parecer vivos para o mundo
Que nos reconheça
Que nos olhe como alguém
Que acredite, que faça nossa vida valer a pena
Que se lembre de nós de repente,
É difícil achar esse tipo de pessoa,
Talvez mais difícil ainda seja sentir isso por alguém ...

sábado, 3 de abril de 2010

Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto,
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Vendendo fácil o que não tinha preço.
Eu sei - é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar,
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.
Nada mais vai me ferir.
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei.
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais,
como sei que tens também...