terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Olhos amargurados,
Olhos de dor
Olhos angustiados.
Noites de sono sem dormir
Pesadelos e profecias
Viagens, temores, destino.
Gemeos.
Parte de um ,
união.
Espelho, reflexo,
Tentação
Agua turva,
Introspecção.
Naufragio,
Solidão.
O amor nos leva a outros niveis
Nos arranca o nosso sangue,
Deixa somente
Minha obsessão.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De todos os meus medos aqui enterrados dentro de mim

Minha unica preocupação, foi que tudo isso desaparecesse, que tudo isso um dia sumisse, não saberia o que fazer. Meu coração aperta, seu abraço, seus valores, suas bondades, parecem quase nunca recompensados. Eu gostaria de poder fazer alguma coisa, eu sei que posso, mas tenho medo de esquecer disso, ou tenho medo de alimentar isso. Não sei ao certo. Tenho medo de que isso tudo seja um prefãcio para algo horrivel, não gosto de pensar nisso, não quero pensar nisso. Insisto em tentar barrar, como se eu só pudesse sentir isso após. Mesmo assim a logica estranha e insensata insiste em me vir agora. Tudo parece tão frágil, e eu tenho medo. Medo de que esse tipo de pensamento seja um presente, seja uma previsão. Tenho medo. Medo de estar certo. Medo de que tudo isso suma, e de que essa sensação de "vou fazer antes que acabe" seja algo real. Como um fim proximo. Isso me amedronta. Me apavora. E eu não sei o que quer dizer.
Eu já senti isso antes, muito tempo atras. Acordei de noite. Enquanto dormia junto com meus pais. Levantei e fui no banheiro. E chorei. Chorei. Porque aquela hora eu sabia que aquilo ia desaparecer. Que aquilo ia, um dia, me deixar. E eu tinha medo. Medo de que tudo isso fosse em vão. Eu pedi, eu rezei, eu implorei pra nao deixar isso sumir. E tenho medo de que de todas as minhas promessas, de todas as minhas "eu sacrificaria qualquer coisa, eu daria tudo", agora eu começe a pagar o preço pelos meus abusos.
Talvez seja simplesmente um medo de ter que carregar a responsabilidade. De pedir. De ganhar. Novamente venho com meu medo do que é ganho e o que é pago. Eu não quero perder nada. Eu não quero que as cosias se vão. Noamente aquele sentimento do passado me retoma. Não mais forte, nem mais fraco. Mas ainda assim, enublado. Por uma duvida continuosa. Que martela. Sobre a incontinuidade. Sobre possibilidades. Sobre o valor das coisas. Sobre o fazer alguma coisa.
Tarde. Tarde. Tarde de mais. Não quero perder isso. Isso. Sempre me apavorou. "Tarde demais" esse termo me assusta. Me assombra. Me sentencia às trevas. Meu medo insano pelo fim das coisas me leva a me apressar. A me desesperar. A correr. Sempre foi assim, talvez sempre será.
Mas porque? Porque essas coisas surgem na minha mente. Eu não sei o que evoca elas. Gostaria de poder me livrar disso tudo. Desse medo. Desses sentimentos. Mas eu sinto um paradoxo muito grande. Como se meus sentimentos estivessem trancados a muito tempo. E agora, nesses ultimos anos eles estão aflorando. Eles estão voltando. Eles estao se libertando. Eu sinto meu coração acelerar, bater mais forte. Eu sinto determinadas verdades me assombrarem. Eu sinto certos medos, certas vontades. As vezes me ponho a chorar. As vezes rio a toa sobre qualquer simples gesto. E isso é incomum? Deveria parecer tão sobrenatural? Porque meu mundo parece tão estranho e diferente do que é pra ser. E o que estou me tornando nisso tudo? Minhas perguntas parecem escavar fundo na minha alma. Como se as respostas prontas que os outros parecem ter dentro de si, estivessem escondidas lah no fundo. E eu continuo escavando, escavando escavando. Procurando alguma coisa que diga: "Hey, voce é o Sérgio". Procurando alguma certeza, e não um mar de fugas e de duvidas da irrealidade, subjetividade. O medo do outro me assombra, o mundo surreal partindo-se. Isso me da medo. Isso me faz tremer e chorar muitas vezes.
Mas mais ainda, eu não quero que tudo isso se vá. Não porque seja algo completamente necessário. Mas algo que é tão comum que faz falta. Que é parte de mim. Que minha vida tem um lugar especial pra isso. E eu não quero que isso suma. Não saberia o que fazer. Não. Não sei o que dizer. Eu sinto um elo mto forte, com eles. São parte de mim. E porque parece que está desaparecendo?
Toda nossa vida se esvai pouco a pouco. É a lei da natureza não?
Então porque eu quero fugir disso tudo. Porque a hora certa nunca parece certa.
Porque essas coisas somem, sem avisar, sem voce perceber, de repente.
Tudo te deixa. Tudo te engole e voce não pode fazer nada.
Impotente.
Voce tem que fazer alguma coisa antes que seja tarde de mais

Eis do soldado o Bordão

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Paradoxo.

as 7 letras do seu nome me assombram. porque as vezes me sinto como invadindo sua mente? tudo parece se repetir, a história parece conter nós invisiveis que nenhum observador parece notar. eu escuto sua voz na calada da noite, sinto sua presença. estás você a minha espera? ou estará a espera aguardando por nós? eu sinto que por onde tu passaste, eu logo passarei. sua dor é a minha dor. nossas vidas se completam e se complementam e se justificam. continuam dando voltas e mais voltas, nossos mundos colidem, se transformam, e eu sinto sua importancia na minha vida. talvez ainda não seja, mas eu sinto que vai ser, e essa certeza me assombra. como um irmão, como uma alma enlaçada, como uma aliança. conectados por uma força quase inexata, que nos enforca, nos sufoca, nos faz caminhar um para a presença do outro. somos dois. somos um. somos tudo que há. somos nada. nada mais do que somos. mas muito além do que um dia fomos e quase nada, perto do que um dia seremos. nosso poder será eterno. nossa coragem nos presenteará e a sabedoria adquirida abrirá nossos olhos. e para tanto conseguiremos tranformar o que está parado, congelado, naquilo que reluz na noite.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tira mais triste de Calvin e Haroldo

Dias Vagarosos (ou sobre o Natal constante das pessoas)

Os dias parecem que estabilizaram
Entro aqui no meu paraíso particular
Penso no que escrever e nada acho pra falar
Algo como um vazio de opniões
Não que eu não esteja feliz ou triste
Mas parece tudo tão estranho e diferente
Não vejo mais certas coisas, e parece que sempre me exalto de mais no calor do momento.
As coisas que eu escrevo aqui, eu leio e releio varias vezes com o passar do tempo,
e percebo o quanto eu sou precipitado em falar sobre diversas coisas.
As vezes eu me odeio por saber falar certas coisas do jeito certo pra causar certa impressão
Eu sou persuasivo muitas vezes
E eu me odeio por isso.
Porque é dificil controlar porque tudo parece facil
Nos tira a responsabilidade.
Enfim,
Minha historia trágica-comédia
De amor e ilusões continua se dissipando
Só posso dizer que hoje provavlemente é o ultimo dia que eu posso "fazer alguma coisa"
Eu rezaria pra alguma coisa acontecer,
Porque mais tarde é o que?
Meses de estagnação e preocupações diversas
Como eu disse eu tinha tanto medo de matar esse sérgio
Porque eu achava esse sérgio especial.
Ele pensava de mais, viajava, quebrava padrões, sabia ser frio e calculista quando necessário e sempre se achava bom de mais, ate um pouco narcisista.
Mas as vejes agente começa a se perguntar
Sera que somos mesmo boms?
Estamos acostumados a uma visão ficcional do ser
Onde há vilões, Onde há heróis.
Mas no fundo só há humanos.
E ai agente pensa
Será que o simples pensamento de que eu sou uma boa pessoa, não passa de uma questão subjetiva?
Quero dizer, voce reza pra Deus e tem a coragem de dizer "eu sempre fui bom" ou "eu sei que nem sempre fui bom, mas..." e ai voce começa a se perguntar,
Será que voce realmente é uma boa pessoa?
Será que nossos atos, nossos pensamentos,
Que para nós parecem na maior parte do tempo "justificáveis"
Não passam de uma desculpa?
E que nossa cota de erros e de maldade, está sempre pendendo na linha de bem e mal?
Se me permite comparar com o natal
Os bons ganham presentes
Os mals ganham carvão
Mas estamos sempre acostumados a achar que merecemos esses presentes,
Porque somos bons?
Agente sempre acha que estamos sendo bons
Mas será mesmo que estamos?
Como saber se não estamos realmente merecendo o que estamos ganhando
É um pensamento estranho
Que me da medo de pedir
O que me lembra determinado natal passado
Quando eu era menor
Onde eu como criança acreditando em papai noel
Corria pela casa,
A arvore de natal vazia,
Eu havia escrito uma carta pro papai noel, fazendo uma lista de presentes
Com o passar do dia, presentes começavam a surgir na arvore de natal
Obviamente meus pais iam colocando pouco a pouco os presentes
E eu estupefato com aqueles presentes que surgiam.
"Quantos será que ainda tem?"
eu lembro que fiquei com um grande vazio, e uma grande preocupação
O que eu havia pedido? será que eu merecia?
eu fiquei com medo
Medo da responsabilidade que aqueles presentes pareciam trazer
Lembro de ter perguntado pra minha mãe
Que já tinha presentes suficientes, e que eu não queria mais, e como eu podia fazer pra "falar pro papai noel parar".
Minha mãe mandou eu ir lá fora e agradecer pelos presentes e dizer que não precisa de mais presentes.
Acho que eu sempre tive medo disso tudo
Do que agente merece
Do que é ser bom
É um pensamento estranho.