sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

1922

"Vou compartilhar algo que aprendi em 1922: tudo sempre pode piorar. Há horas em que você acha que já viu a coisa mais terrível que podia acontecer, aquilo que parece reunir todos os seus pesadelos em uma especie de horror medonho e real, e o unico consolo é que não pode existir nada pior. E, mesmo que haja, você vai enlouquecer se essa coisa acontecer, e não terá mais que pensar nisso. Mas existe algo pior, você não surta e de algum modo segue em frente. Você pode acreditar que toda a alegria do mundo acabou, que o que você fez deixou tudo o que esperava ganhar fora do seu alcance, pode até desejar que fosse você que estivesse morto - mas segue em frente. Percebe que está em um inferno que você mesmo criou, mas segue em frente mesmo assim. Porque não há outra opção."

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sobre o cinza (entre outras coisas)

2015 foi um ano bosta. Não tem outro jeito de se colocar. Foi um ano de brigas, discussões. O Mundo andava parado, o disco arranhado e o futuro parecia congelado como quem não tem horario pra festar. Amanhece o dia chuvoso de 2016 e os ventos e as promessas novas são sussurradas aos 4 ventos. Mudanças. O Futuro começa a descongelar, e junto com ele, as palavras parecem querer sair pelas pontas de meus dedos. Uma insonia funebre que há muito não sentia, como um desespero leve que sempre foi meu combustivel para escrever. Vomitar minhas trevas, explodir com o mundo e esganar esse fantasma que parece mais vivo do que nunca escondido no meio desse emaranhado de letras.
Esse ano começou com um fantasma de um 2015 já enterrado que parece querer dar seus ultimos suspiros. Caos, tormenta, perdição deram suas caras. Mas eu particularmente não acredito que seja a nova face desse ano. Acredito que o que está chegando será maior. Muito maior. E que aos poucos o mundo está entrando nos eixos. Aos poucos esses tons de cinzas ganham cor atraves dos meus olhos. E eu sinto vontade de colorir o resto. De abrir as janelas e deixar o sol entrar. E se tiver chovendo que molhe a casa inteira. Mas eu quero o ar fresco. Eu quero poder respirar de novo. O ar empoeirado desse castelo que foi construido sabe Deus há quanto tempo. Com a luz batendo em meus grilhões que foram sempre minha companhia, sinto de repente a urgencia de voar. Uma agonia inexorável que me motiva a pular, a espernear, a amar esse caos. Que toma cada vez mais folego nessa tormenta e em meu desespero e finalmente diz: Chega!
Eu cansei de nunca ser o suficiente. Eu cansei de viver com migalhas, dançar no escuro pra que ninguem me veja, cantar na solidão para que ninguem me escute. Fingir esquecer de minhas asas para que não parta por esse mundo e abandone... o que mesmo?  Nem sei mais.
Aos poucos esses grilhões se dissipam e vejo que sempre estiveram presos somente aos meus medos e paranoias. Talvez nem tanto meus. Mas que sempre estiveram por perto. Me sufocando. E que aos poucos tomaram a minha vida e tiraram as cores do meu mundo.
Não...
Não quero mais esse mundo cinza.
Eu quero o sol. Eu quero todas as cores. Pra esse ano que nasce no leste
Eu quero plenitude...