quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Como as coisas são

Primeiro vem a raiva. Depois vem a felicidade. Depois vem a tristeza.

Primeiro voce nao acredita. Voce nao quer acreditar. Voce sofre. Voce pretende morrer. Aquilo que voce mais precisava pra viver, desaparece, some, te trai, te ataca por traz. E voce sangra, sufoca, arde, morre.

Depois voce esquece. Voce supera. Voce encontra novos motivos pra sofrer. Voce começa a pensar cada vez menos naquilo que te faz sofrer. Indiferente. Some. Aquilo tudo começa a te parecer natural. E todos aqueles sentimentos sao guardados.

Depois vem as teias de aranhas. Todo aquele sentimento fantasioso. Tudo uma memória perdida no meio de várias outras. O que era grandioso, hoje em dia voce ve que nao era tao grande. O que era maravilhoso voce ve que era só o seu jeito de ver as coisas.

E tudo isso é uma sinfonia triste. Amores são esquecidos. Amigos são passageiros. Tudo aquilo que era some. Te deixa. E isso é triste. Nao é? Um sentimento nostalgico do que um dia foi e que agora não te faz diferença.

Daonde vem esse sentimento? Uma tristeza de que nada realmente é necessário. De que nada realmente é insuportável. Nos marca e nos deixa um vazio no peito. Como quando voce chega na sua casa e ve que todos os moveis mudaram de lugar. Que onde havia uma parede, agora é uma escada. Aquela tristeza de que voce se acostumou. Que o mundo seguiu adiante.

E tudo que agente pode fazer. É continuar em frente.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Arriscar

Sensação de falta de ar. Não consigo respirar. Me inunda tudo isso. Toda essa duvida, todo esse sentimento. Amor? Não sei. Não sei se pode ser considerado. Talvez seja um potencial. Potencial de amor. Mas como amor? Não existe amores paralelos. Então porque novamente cismo em cometer os mesmos erros? Não terei aprendido nada? Que não posso tomar uma atitude sem antes ter minha mente decidida? E o que me falta pra decidir? O problema é que não tenho nada pra decidir. Porque nada disso é real. Nada disso está realmente acontecendo. Eu vejo as pessoas andando. E me pergunto se elas conseguem me enxergar. Se não sou somente uma mancha escura no caminho da multidão. E o que mais há de se ser? As pessoas que me enxergam, eu machuco. E as que acham que me enxergam, não conhecem nem metade do que eu sou. Ninguém conhece nem metade do que eu sou. Nem mesmo eu sei tudo sobre mim. Mas não sei porque eu cismo em acreditar que aquela pessoa talvez mude isso. Que aquela pessoa. Que tem as respostas. Que consegue me enxergar pelo que eu sou no total. Conseguiria me transformar em algo melhor. Conseguiria me completar. Mas como achar? Meu coração me engana. Os olhares me iludem. A cada caminho sem saída um novo vício me aguarda. Um vicio na dor. Um vicio nas mentiras. Ah a tentação! Em todas suas possíveis faces. O que me aguarda por traz de cada porta. O que me espera no final de cada estrada. Arriscar. Esse é o problema comigo. Arriscar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Caminhos que trilhei

Eu só queria não ter que dar satisfações pra ninguem
Eu não devia ter que dar. Eu devia poder simplesmente fazer minhas escolhas.
Cometer cada erro sem ter alguem jogando na minha cara tudo que eu faço.
"Mas eu só quero o que é melhor pra você"
Eu agradeço. Do fundo do meu coração. Eu sei que não posso simplesmente ignorar isso.
Mas eu estou sufocado.
Você acredita em mim. Você tem medo por mim. Você sofre por mim.
Se você vai viver minha vida por mim, então pra que eu preciso dela?
Por favor. Eu só peço.
Me escute.
Me entenda.
Confie em mim.
Me liberte.
Será possível que eu vou ter que me esquivar de todos seus planos pra viver minha vida?
Eu gostaria mesmo de fazer minhas escolhas.
Não quer dizer que você não possa dar sua opinião. Ou que você deva sumir.
Mas por favor. Não me obrigue. Não tente me moldar.
Eu sou todos os meus sonhos.
Eu sou todas as lagrimas que derramei.
Eu sou tudo aquilo que eu devo ser.
E eu não vou jogar fora.
Não vou simplesmente abandonar uma parte de mim.
Uma parte dos meus ideais.
Uma parte inocente de mim.
Porque você acha que é a unica saída.
Eu não quero ter que lutar contra mim mesmo.
Porque parte de mim confia em você. Parte de mim vê sua lógica.
Mas o que eu vou perder com isso tudo?
Esse meu sentimento de grandeza que mora dentro de mim.
Eu não quero perder isso.
ninguém deveria perder isso
É como morrer

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tudo se dissolve.
Todas minhas ilusões
Cordas que me amparavam
Me sinto vazio, seco, mudo.
Nao quero falar nada
Já não sinto mais nada
Somente o vazio

-Ilusão dos pobres, sempre disposta a seguir rumos inesperados
Amores doentes, dores noturnas, pesadelos acordados.
Como o céu pode virar um inferno?-

Minha mágoa já passou
Somente a morte da esperança sobrou
Tudo me envolve como um tecido de cetim
Devia haver algum lugar
Onde eu pudesse me afastar
Dessa dor sem fim.
Nao sabe como é dificil
Viver uma paranoia
Viver uma ilusão
Tentar acreditar
Só que é muito mais dificil pra mim
Porque...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O cerco está se fechando

E eu ainda não tenho nenhuma resposta
Como posso fazer minhas escolhas
Quando minha cabeça insiste em voltar para os mesmos assuntos?
Eu preciso pensar no meu futuro e simplesmente não consigo
E a pressão aumenta por parte dos parentes
E agora? Eu gostaria de gritar pro alto "foda-se a vida é minha e eu deveria pelo menos poder escolher as merdas que eu faço"
Mas eu não tenho coragem de guspir no prato que como
Ou talvez seja só uma desculpa
Mas enfim
Eu preciso de coragem
E eu realmente gostaria que fosse mais facil.
Eu só preciso de um emprego talvez
Se eu conseguisse um emprego eu teria com o que blefar pelo menos não?
É talvez eu precise de um emprego.

domingo, 5 de setembro de 2010

Nossos vícios... são capaz de nos definir?

sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre a colisão de conflitos, amores e festas com amigos desconhecidos

Uma semana e tudo aconteceu tão rápido. O que era agora já não é e o que um dia foi mas se acabou renasce outra vez e toma uma proporção que me deixa estupefato. Eu não sei quando nem como, mas tudo isso martela na minha mente, o quanto isso cresceu, e o quanto isso parece certo pra mim. Eu gostaria de poder dizer que você é a pessoa que mais me surpreende. Eu estou completamente seduzido. Mas ao mesmo tempo eu não demonstro. Não consigo demonstrar. Foi assim com meus inúmeros casos amorosos e parece que não muda. Parece que eu machuco quem mais gosta de mim pela simples aparente indiferença. Mas no fundo, tudo martela na minha cabeça. Meu coração quer, minha mente e corpo querem. Só que meu olhar não demonstra. Minhas atitudes escondem meu medo e minha pulsação que dispara toda vez que te vejo no recinto.
Não sabe o quanto me machuca ver você sair e depois não te achar, e no fundo eu sabendo que isso é culpa minha. O quanto eu sei que afasto qualquer possibilidade de algo florescer, por simples medo ou não saber o que fazer. Gostaria que tudo fosse mais facil. Que você vê-se através desse meu olhar frio e entendesse que eu estou completamente apaixonado por você. Enquanto brindo minha dor que acaba destruindo meu coração com minha colega cujos problemas divido. Precisei fugir. Precisei de uma esperança. Rezei a Deus e implorei pra que os ventos dos acontecimentos me levassem até você. Coisa que jamais tinha feito para ninguem. Eu cheguei por um momento a acreditar, enquanto fugia com pessoas que mal conhecia para um lugar que nunca tinha ouvido falar.
Mas eu sabia que estava somente me iludindo. Quais as chances de te achar? Como ganhar na mega-sena. Eu estava terrivelmente triste por sua culpa. E por minha falta de capacidade na verdade. Mas novamente me surpreendo. Como novas pessoas podem ser fascinantes. Novos assuntos. Novas abordagens. Foi realmente uma noite interessante. E pensar que teria trocado essa noite, por um quarto melancólico ou por uma hora a mais te procurando pela instituição. Não sei ao certo, mas as coisas andam complicadas. Eu gostaria de acreditar que você é a pessoa certa. Que seu sorriso estranhamente ridículo é pra mim. Mas eu não consigo ter a coragem. Talvez pelo medo do que isso pode ocasionar. Ou dos fatos que podem desbarrancar,
Enfim, de qualquer modo. Nossos dias afastados chegaram. Eu sabia que no final dessa semana, estaria tudo acabado provavelmente. Que as chances de te ver diminuirão. E eu vou me sentir muito pior.

Ah, como as coisas são

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Embora já fosse um bocado tarde, o Ernie's estava entupido de gente. Na maioria eram esses palhações das universidades. Em quase todas as drogas dos colégios do mundo as férias de Natal começam antes do que nos colégios em que eu estou. A gente quase não podia pendurar o sobretudo, de tão cheio. Mas era um silêncio danado, porque o Ernie estava tocando. Parecia que era um troço sagrado, no duro, a hora em que ele sentava para tocar. Ninguém pode ser tão bom assim. Ao meu lado estavam três casais, esperando vagar mesa, e ficaram todos na ponta dos pés, se empurrando, só para dar uma olhada no Ernie, enquanto ele tocava. Tinha um baita espelho em frente do piano e um refletor bem em cima do Ernie, para que todo mundo pudesse ver a cara dele enquanto tocava. Não dava para ver os dedos, só a droga da cara do safado. Grande coisa. Não sei direito o nome da música que ele estava tocando quando entrei, mas só sei que ele estava esculhambando mesmo o troço pra valer. Dando uma porção de floreios imbecis nos agudos e outras palhaçadas que me aporrinham pra chuchu. Mas valia a pena ver os idiotas quando ele acabou. Era de vomitar. Entraram em órbita, igualzinho aos imbecis que riem como umas hienas, no cinema, das coisas sem graça. Juro por Deus que, se eu fosse um pianista, ou um autor, ou coisa que o valha, e todos aqueles bobalhões me achassem fabuloso, ia ter raiva de viver. Não ia querer nem que me aplaudissem. As pessoas sempre batem palmas pelas coisas erradas. Se eu fosse pianista, ia tocar dentro de um armário. Seja como for, na hora que ele acabou e todo mundo estava aplaudindo como uns alucinados, o safado do Ernie deu uma volta no banquinho e fez uma reverência fingida, bancando o humilde. Como se, além de ser um pianista bom pra burro, fosse também um sujeito um bocado humilde. Era um troço cretino pra diabo aquilo dele ser metido a besta e tudo. Mas, de um jeito meio engraçado, senti pena dele quando acabou a música. Acho que ele nem sabe mais quando está tocando bem ou não. A culpa não é toda dele. Em parte, os culpados são aqueles bobalhões que batem palmas como uns alucinados: eles são capazes de enganar qualquer um, se tiverem uma chance. De qualquer maneira, o troço me fez sentir deprimido e podre outra vez, e quase apanhei meu casaco e voltei para o hotel, mas era cedo demais e eu não estava com muita vontade de ficar sozinho."

-O Apanhador no campo de Centeio - J.D. Salinger
Parabéns

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As coisas tomam forma

De repente um avanço pequeno mas significativo sobre os assuntos
E novos assuntos chegando
E novos rostos
Enfim.
Eu acredito que as coisas, por mais estranham que se saiam, tem algum toque de potencial assim.
As pessoas a nossa volta nos surpreendem.
Os fatos nos surpreendem
Nossos pensamentos nos surpreendem.
Pode não ser real, mas ainda contem um significado.
E eu acredito que a analise disso tudo, desses significados escondidos, podem trazer algo de bom.
Nao me refiro a destino, a algo já traçado.
Não acredito que nossa história já esteja definida, não.
Mas não acredito no acaso. Na coincidência.
Existe um porque pra cada coisa acontecer. Pode não ser um "porque" divino, mas um "porque" humano. O que esta acontecendo por traz de cada ação? Cada sorriso? Cada escolha?
Eu chamava isso no começo do Blog de Inevitável. Ou de Hitsuzen. Ou de Ka.
Eu tento ver isso.
Enfim.
Sobre meu estado de ser atual.
Muita coisa me surpreende.
Os fatos me surpreendem
E principalmente as pessoas.
Me dá medo quando certas coisas fogem do controle
Como "porque certas coisas estão acontecendo?"
Eu me assusto. Mas não sei se devo.
As vezes é só minha paranoia mesmo.
Enfim.
Do que eu tenho medo afinal?
Machucar os outros?
Ou no fundo de que eu acabe machucado?
Talvez as coisas sejam simples mesmo
E eu que acabo complicando tudo.