sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dias Vagarosos (ou sobre o Natal constante das pessoas)

Os dias parecem que estabilizaram
Entro aqui no meu paraíso particular
Penso no que escrever e nada acho pra falar
Algo como um vazio de opniões
Não que eu não esteja feliz ou triste
Mas parece tudo tão estranho e diferente
Não vejo mais certas coisas, e parece que sempre me exalto de mais no calor do momento.
As coisas que eu escrevo aqui, eu leio e releio varias vezes com o passar do tempo,
e percebo o quanto eu sou precipitado em falar sobre diversas coisas.
As vezes eu me odeio por saber falar certas coisas do jeito certo pra causar certa impressão
Eu sou persuasivo muitas vezes
E eu me odeio por isso.
Porque é dificil controlar porque tudo parece facil
Nos tira a responsabilidade.
Enfim,
Minha historia trágica-comédia
De amor e ilusões continua se dissipando
Só posso dizer que hoje provavlemente é o ultimo dia que eu posso "fazer alguma coisa"
Eu rezaria pra alguma coisa acontecer,
Porque mais tarde é o que?
Meses de estagnação e preocupações diversas
Como eu disse eu tinha tanto medo de matar esse sérgio
Porque eu achava esse sérgio especial.
Ele pensava de mais, viajava, quebrava padrões, sabia ser frio e calculista quando necessário e sempre se achava bom de mais, ate um pouco narcisista.
Mas as vejes agente começa a se perguntar
Sera que somos mesmo boms?
Estamos acostumados a uma visão ficcional do ser
Onde há vilões, Onde há heróis.
Mas no fundo só há humanos.
E ai agente pensa
Será que o simples pensamento de que eu sou uma boa pessoa, não passa de uma questão subjetiva?
Quero dizer, voce reza pra Deus e tem a coragem de dizer "eu sempre fui bom" ou "eu sei que nem sempre fui bom, mas..." e ai voce começa a se perguntar,
Será que voce realmente é uma boa pessoa?
Será que nossos atos, nossos pensamentos,
Que para nós parecem na maior parte do tempo "justificáveis"
Não passam de uma desculpa?
E que nossa cota de erros e de maldade, está sempre pendendo na linha de bem e mal?
Se me permite comparar com o natal
Os bons ganham presentes
Os mals ganham carvão
Mas estamos sempre acostumados a achar que merecemos esses presentes,
Porque somos bons?
Agente sempre acha que estamos sendo bons
Mas será mesmo que estamos?
Como saber se não estamos realmente merecendo o que estamos ganhando
É um pensamento estranho
Que me da medo de pedir
O que me lembra determinado natal passado
Quando eu era menor
Onde eu como criança acreditando em papai noel
Corria pela casa,
A arvore de natal vazia,
Eu havia escrito uma carta pro papai noel, fazendo uma lista de presentes
Com o passar do dia, presentes começavam a surgir na arvore de natal
Obviamente meus pais iam colocando pouco a pouco os presentes
E eu estupefato com aqueles presentes que surgiam.
"Quantos será que ainda tem?"
eu lembro que fiquei com um grande vazio, e uma grande preocupação
O que eu havia pedido? será que eu merecia?
eu fiquei com medo
Medo da responsabilidade que aqueles presentes pareciam trazer
Lembro de ter perguntado pra minha mãe
Que já tinha presentes suficientes, e que eu não queria mais, e como eu podia fazer pra "falar pro papai noel parar".
Minha mãe mandou eu ir lá fora e agradecer pelos presentes e dizer que não precisa de mais presentes.
Acho que eu sempre tive medo disso tudo
Do que agente merece
Do que é ser bom
É um pensamento estranho.


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