quarta-feira, 23 de julho de 2014

Desfiguração

O corpo cai e some em meio a nevoa.
A passagem por entre os deuses se fecha,
Seria eu honrado o suficiente?
Não. Obvio que não.
Não mereço a dadiva celestial,
O sangue dos meus antepassados
Ainda que jorrados pela terra aos quatro ventos
De nada serviu como preço
Pela punição.
Vivo sem dor, sem rumo, sem gracejo.
Sem perseverar.
Me abasteço de ilusões.
Enganos, Caminhos errados.
Me apaixono pelo que nunca será;
Vivo o que nunca vai ser.
Me deixo levar, me abstenho, dou minha opinião faço gracejo;
Só me falta a paz, a vitória, a conquista.
Coisa que nunca será minha.
Coisa que sempre estará um passo mais longe.
Fora do alcance.
Fora de vista.
Tão perto, e ao mesmo tempo desconcertantemente longe.
Não sei como ainda aguento o peso do mundo em mim mesmo.
As pessoas, me decepcionam.
Desejo a vida, à essa constante segregação
Nunca pertencer.
Nunca estar satisfeito.

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