sexta-feira, 11 de julho de 2014

O eterno transtorno.

Escuto o som de algo se quebrando.
Não sei ao certo de onde ele vem. 
Procuro os pedaços de algo pelo escuro do meu quarto. 
Um fio de luz atravessa a cortina e me cega momentaneamente. 
Não me encontro mais em meu quarto. 
Algo se quebrou e estou num lugar estranho. 
As pessoas passam sem me reconhecer. 
Me vejo num corpo estranho, com o qual sigo perdido,
Não sei usá-lo.
Percebo que estou sangrando. 
Procuro uma ferida qualquer e não acho.
Desisto de procurar. Deixo a dor me anestesiar.
Retorno ao quarto da penumbra cinzenta.
Direciono-me à janela, mas quanto mais perto pareço estar
Mais se afasta o meu destino. 
Corro como quem houve o som de um disparo de corrida,
Não posso perder. 
Não mais. 
A luz continua inatingivel, e por um momento me falha a esperança. 
Escorrego e caio pela janela. 
Um momento de silencio,
O mundo como um eterno borrão
E o som de algo se quebrando. 

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