terça-feira, 22 de março de 2011

"Não! não me compreendeis...
Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor dos dois.
Hesitante entre vós, o coração balanço, o teu beijo é tão doce, Arlequim... o teu sonho é tão manso, Pierrot...
Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho pois um dá-me prazer, outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra um me fala do céu... outro me fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar e, em verdade, toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot fossem um ser sómente.
Porque a história do amor só pode se escrever assim um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim!"

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